domingo, 4 de dezembro de 2011

A Indústria ou EU?!


Em termos de evolução digital e amplificação dos meios de obtenção de material, a indústria de animação japonesa se tornou um foco nos últimos anos com a forte exposição de sua marca em torno de séries e mais séries que são acompanhadas desde o grande público aos venerados e mais nobres fãs. E a partir disso, em meio ao turbilhão de opiniões pessoais, as críticas e o desgosto acerca da indústria de animes vêm sendo apontado por uma parcela de telespectadores, ou até a ostentação e a parabenização por outra parte. Mas, como essa indústria funciona, e como o seu gosto está relacionado a ela?

E, por meio dessa pergunta, eu convido-os, não para uma exposição de dados e gráficos em relação a vendas, mas para uma reflexão acerca do pensamento das pessoas em relação aos animes.

Desde já, cabe o destaque que não, a sua opinião não é válida para os estúdios do Japão, a sua raiva, a sua ira não são levadas, e nem tem o poder substancial que o público local possui. E sabendo disso, outro ponto importante a ser citado, as empresas funcionam de acordo como qualquer outro ramo econômico. Mesmo diante dessa triste realidade para alguns, vale ressaltar que não é somente de hoje que determinadas produções se tornam um marco para fãs e apreciadores de animes, séries como Cowboy Bebop ou Evangelion até hoje cativam grandes públicos, e se tornam algo como bestsellers da animação.

Alguém que adora uma dessas séries ou outras tantas deveria normalmente dizer diante da pergunta “você gostaria de mais séries de qualidade? ’’, um singelo sim, pois é assim, os marcos se tornam parâmetros para uma análise quanto ao conteúdo do que vem sendo produzido. E aqui, trago algo do texto inicial sobre a facilidade de se acompanhar séries que passam no Japão - até em tempo real -, algo que nos anos 2000 era raro para muitos, hoje é uma atividade diária, e assim, com uma maior quantidade de informações por dia, tanto o gosto quanto a opinião se deparam com o grande pergunta para o telespectador: “isso realmente é bom?!”.

Para muitos, a resposta será pessoal, para outros será uma manifestação negativa. O poder da opinião é algo claramente notável e a sua agregação ao meio, igualmente, mesmo quando ela é desprovida de uma total análise do produto. Embora, algo realmente subjetivo, em minhas passagens por fóruns, sites e locais que concentram a grande massa dos telespectadores de animes, observo a gradativa opinião de “essa temporada é um lixo”, “onde estão os animes de qualidade?”, “que droga, não verei nenhum”, entre outras culpando as empresas por não darem o respectivo tratamento digno aos fãs.

Tudo isso gera outra de tantas perguntas: o que as pessoas esperam? As opiniões pessoais são válidas, mas é viável que se note que empresas de animação visam o lucro, e por terem este objetivo entre um de seus principais, a busca por grupos rentáveis terminará produzindo mais séries para certo público. Mechas, eechis, shonens, e etc... Os Estúdios já sofreram por diversos momentos de lançamentos, e alguns até se tornaram marcantes em determinados estilos. Todavia, quando há determinada temporada em que se tenha um foco em determinado tipo de série, isto não quer dizer que as empresas estão acabando, ou que a criatividade de roteiristas e diretores se foi, a melhor resposta para esse ponto está na velha assertiva: “amigos, é preciso lucrar”.

Embora, essa seja a dura realidade, isto não é algo para se generalizar, como é um costume para a sociedade, e sim, para uma análise quanto ao seu papel em meio aos que tanto assistem e apreciam séries. Como melhor exemplo, o ano de 2010 pode ser entendido como um ponto fixo para fãs de ecchi e derivados, de certo modo veio sim a agradar esse público, que não é pequeno, e por gostar consome e justifica a produção de séries com esse conteúdo, do outro lado pode estar fãs que abominam o estilo e ao se depararem com as séries mais comentadas se tornam descrentes quanto à produção de algo que lhes satisfaça.

A indústria pressupõe o lucro como objetivo, mas isto não quer dizer que exista a generalização e produção de somente um estilo de anime. O engano comum que muitos sofrem é partir do pressuposto da opinião popular para ir atrás de alguma animação, mas desde que a opinião popular é alimentada por aquele estilo, nada mais comum do que se ver cercado por aquilo. Outro erro comum é utilizar os marcos como bases para a crítica de temporadas, marcos estes que são de anos e períodos diferentes. Talvez em um ano não saia uma grande série para alguém, talvez nem em dez anos saia 5 animes que se tornem marcantes para outrem, porém, o que vale pensar e refletir sobre a quantidade de informações que temos hoje é a de que seu gosto não é excluído ou simplesmente abandonado, apesar de não ser um alicerce para a produção do mercado do Japão, séries com qualidade, ou que possam vir a ser um entretenimento para a maior parte do público são, sim, produzidas.

A qualidade não dissemina pela quantidade, ao contrário, ela se torna mais presente e um alvo a ser alcançado pelo fã. E sim, esta frase serve para qualquer fã, pois se hoje estúdios sofrem certa visão, em outro momento haverá outro, e assim caminhando nos moldes de um mercado consumidor.

Não cometa o erro de julgar sem conhecer, e não comenta o erro de generalizar. A quantidade pode ser pequena, mas não cabe a alguém impor ao mundo seu egoísmo e seu modo de pensar. Embora, não seja uma indústria que possua todo tipo de ramos para o público, animes possuem suas limitações, o que não pode ser confundido com restrições.

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