Em termos de evolução digital e
amplificação dos meios de obtenção de material, a indústria de animação
japonesa se tornou um foco nos últimos anos com a forte exposição de sua marca
em torno de séries e mais séries que são acompanhadas desde o grande público
aos venerados e mais nobres fãs. E a partir disso, em meio ao turbilhão de
opiniões pessoais, as críticas e o desgosto acerca da indústria de animes vêm
sendo apontado por uma parcela de telespectadores, ou até a ostentação e a parabenização
por outra parte. Mas, como essa indústria funciona, e como o seu gosto está
relacionado a ela?
E, por meio dessa pergunta, eu
convido-os, não para uma exposição de dados e gráficos em relação a vendas, mas
para uma reflexão acerca do pensamento das pessoas em relação aos animes.
Desde já, cabe o destaque que não, a sua opinião não é válida para os estúdios do Japão, a sua raiva, a sua ira não são levadas, e nem tem o poder substancial que o público local possui. E sabendo disso, outro ponto importante a ser citado, as empresas funcionam de acordo como qualquer outro ramo econômico. Mesmo diante dessa triste realidade para alguns, vale ressaltar que não é somente de hoje que determinadas produções se tornam um marco para fãs e apreciadores de animes, séries como Cowboy Bebop ou Evangelion até hoje cativam grandes públicos, e se tornam algo como bestsellers da animação.
Alguém que adora uma dessas
séries ou outras tantas deveria normalmente dizer diante da pergunta “você
gostaria de mais séries de qualidade? ’’, um singelo sim, pois é assim, os
marcos se tornam parâmetros para uma análise quanto ao conteúdo do que vem
sendo produzido. E aqui, trago algo do texto inicial sobre a facilidade de se
acompanhar séries que passam no Japão - até em tempo real -, algo que nos anos
2000 era raro para muitos, hoje é uma atividade diária, e assim, com uma maior
quantidade de informações por dia, tanto o gosto quanto a opinião se deparam
com o grande pergunta para o telespectador: “isso realmente é bom?!”.
Para muitos, a resposta será
pessoal, para outros será uma manifestação negativa. O poder da opinião é algo
claramente notável e a sua agregação ao meio, igualmente, mesmo quando ela é
desprovida de uma total análise do produto. Embora, algo realmente subjetivo,
em minhas passagens por fóruns, sites e locais que concentram a grande massa
dos telespectadores de animes, observo a gradativa opinião de “essa temporada é
um lixo”, “onde estão os animes de qualidade?”, “que droga, não verei nenhum”,
entre outras culpando as empresas por não darem o respectivo tratamento digno
aos fãs.
Tudo isso gera outra de tantas
perguntas: o que as pessoas esperam? As opiniões pessoais são válidas, mas é
viável que se note que empresas de animação visam o lucro, e por terem este objetivo
entre um de seus principais, a busca por grupos rentáveis terminará produzindo
mais séries para certo público. Mechas, eechis, shonens, e etc... Os Estúdios
já sofreram por diversos momentos de lançamentos, e alguns até se tornaram
marcantes em determinados estilos. Todavia, quando há determinada temporada em
que se tenha um foco em determinado tipo de série, isto não quer dizer que as
empresas estão acabando, ou que a criatividade de roteiristas e diretores se
foi, a melhor resposta para esse ponto está na velha assertiva: “amigos, é
preciso lucrar”.
Embora, essa seja a dura
realidade, isto não é algo para se generalizar, como é um costume para a
sociedade, e sim, para uma análise quanto ao seu papel em meio aos que tanto
assistem e apreciam séries. Como melhor exemplo, o ano de 2010 pode ser
entendido como um ponto fixo para fãs de ecchi e derivados, de certo modo veio
sim a agradar esse público, que não é pequeno, e por gostar consome e justifica
a produção de séries com esse conteúdo, do outro lado pode estar fãs que
abominam o estilo e ao se depararem com as séries mais comentadas se tornam
descrentes quanto à produção de algo que lhes satisfaça.
A indústria pressupõe o lucro
como objetivo, mas isto não quer dizer que exista a generalização e produção de
somente um estilo de anime. O engano comum que muitos sofrem é partir do
pressuposto da opinião popular para ir atrás de alguma animação, mas desde que
a opinião popular é alimentada por aquele estilo, nada mais comum do que se ver
cercado por aquilo. Outro erro comum é utilizar os marcos como bases para a crítica
de temporadas, marcos estes que são de anos e períodos diferentes. Talvez em um
ano não saia uma grande série para alguém, talvez nem em dez anos saia 5 animes
que se tornem marcantes para outrem, porém, o que vale pensar e refletir sobre
a quantidade de informações que temos hoje é a de que seu gosto não é excluído
ou simplesmente abandonado, apesar de não ser um alicerce para a produção do
mercado do Japão, séries com qualidade, ou que possam vir a ser um
entretenimento para a maior parte do público são, sim, produzidas.
A qualidade não dissemina pela
quantidade, ao contrário, ela se torna mais presente e um alvo a ser alcançado
pelo fã. E sim, esta frase serve para qualquer fã, pois se hoje estúdios sofrem
certa visão, em outro momento haverá outro, e assim caminhando nos moldes de um
mercado consumidor.
Não cometa o erro de julgar sem
conhecer, e não comenta o erro de generalizar. A quantidade pode ser pequena,
mas não cabe a alguém impor ao mundo seu egoísmo e seu modo de pensar. Embora,
não seja uma indústria que possua todo tipo de ramos para o público, animes
possuem suas limitações, o que não pode ser confundido com restrições.
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